O GRANDE AMOR DE DEUS

Há momentos em nossas vidas que não se explicam, apenas devemos vivê-los, aprender, se doar e amar, pois foi isso o que aconteceu comigo. Há poucos meses passei por um check-up ginecológico, como resultado nada sério, mas precisava remover um pólipo do útero.
Fiz todos os exames e foi marcada uma cirurgia simples para esta semana. Fiquei em um quarto junto com uma senhora de 83 anos que levou um tombo e também teria que fazer uma cirurgia do fêmur. Olhei para a senhora e percebi o quanto ela tem vontade de viver e o quanto temos de aprender com as pessoas.
No quarto podia ficar um acompanhante, no meu caso foi meu esposo e minha mãe que revezaram, no caso de dona Derci foi sua filha Solange, uma pessoa muito simpática e solícita.
Graças a Deus fiz a cirurgia e deu tudo certo, sendo único incomodo a anestesia que demorou muito para passar.
O que gostaria de passar ao meu querido leitor é o quão importante são esses momentos para vermos que precisamos uns dos outros. Já escutei várias vezes que a melhor forma de esquecer os problemas é começar a ajudar o nosso próximo e existem várias formas de fazer isso: ir a um asilo, a um orfanato, estar dentro de um hospital e ver quantas pessoas precisam de um simples olhar para se sentirem mais acolhidas.
            Neste momento que fiz uma amizade. Um momento de necessidade onde eu e Solange conversamos muito, trocamos várias experiências de família, de repente sinto que a conheço há muito tempo. Quanto foi bom ter sua companhia no hospital, sinto também que fui o mesmo para ela. Sei que não deve estar sendo fácil ver a mãe na cama sem poder se locomover. Eu estou tendo dificuldade em dormir, neste momento só o que queremos é nos desabafar.
É estranho fazer uma amizade assim, mas estranhamente houve uma necessidade. Ontem entrei no hospital, hoje já estou em casa, sei que dona Derci fará a cirurgia â noite, espero que dê tudo certo e que Solange não esqueça uma das últimas palavras que eu disse: “Espera chegar a ponte, não tenha medo antes.”
Enfim, com mais uma experiência, reflito que em certos momentos da nossa vida valorizamos mais o nosso próximo e sentimos o quanto se faz necessário esse amor, não importa, sentimos o quanto é importante a compaixão, que não tem nada ver com dó, pena, mas sim o verdadeiro amor  que Deus nos ensinou.
Se você estiver ai achando que sua vida está ruim, monótona, chata, por favor, visite alguém que está precisando conversar, desabafar, ou simplesmente te olhar, pois é nestes momentos preciosos que Deus se mostra através de nós.

27/06/2014 - Edmary 





UMA LINDA PARTE DE MINHA VIDA

Ultimamente tenho pensado muito em um passado não muito distante, tenho lembranças mil do meu último emprego em minha terra natal. Ainda me lembro da entrevista e quando acabou me disseram que fui aprovada, ali começava uma grande etapa da minha vida.
Tive uma ótima pessoa que me ensinou muito sobre auto escola, hoje não tenho mais essa pessoa como um patrão, mas como um grande amigo, aliás, durante o tempo que trabalhamos juntos, dezoito anos, ele já tinha a sensibilidade para com os funcionários.
Conheci várias pessoas, fiz amizades com muitas, conquistei a confiança de muitos clientes, sei que conquistei muitas pessoas, lembrar tudo isso me faz um bem muito grande.
Tantos momentos passaram nestes anos e amigos fiz, hoje sinto falta de muitos, de pessoas que me conheceram, que se deram a oportunidade de ver não só um rosto, mas viram também em mim um ser humano com erros, acertos, decepções, alegrias, em fim, me conheceram como realmente sou.
Trabalhava-se muito, muito mesmo, era um serviço que exigia não só a parte psicológica mas a física, era muito dinâmico, “Auto escola e despachante”, mas sobrava um momento para conversar e olhar um para o outro, ajudar, era uma verdadeira equipe.
Se eu disser que tudo era perfeito, seria pura mentira, problemas tinham, eu sendo responsável por uma parte, muitas vezes era complicado, aliás, lidar com pessoas exige muito da gente, sempre tentei fazer e dar o melhor de mim, sei que não sou perfeita, talvez até possa ter cometido alguma injustiça, mas sempre tentei ser uma pessoa justa.
E os aniversários, sempre tinham surpresas, sempre um agrado, a consideração era tanta, procurávamos fazer algo por cada um que completasse mais um ano de vida, mas o que mais marcou pra mim são os cartões com a assinatura de cada um, muitos escreviam algo, era tudo muito bom.
Entre tantas pessoas que convivi, uma em especial que conheci e ainda temos contato, essa pessoa foi entre todas nestes meus dezoito anos de convivência a melhor amiga que alguém se pode ter, uma amiga de todas as horas, você Elenice, que bom você ter entrado em minha vida e se tornado uma pessoa muito especial, talvez nem tenha percebido isso, mas é.
Quero que saiba que nunca nossa amizade se acabará, ter você como amiga é privilégio, ser sua amiga é um presente. Que Deus continue te dando esse dom de ajudar as pessoas com suas palavras de ânimo e conforto. Saiba que você faz parte desta linda parte da minha vida.


           21/06/2014 Edmary

A MENINA E O ANJO

Há alguns anos atrás nasceu uma menina: bem clarinha, totalmente careca, com carinha de anjo, foi a alegria de seus pais, Alice veio de presente para o Senhor Rafael e a Senhora Elisa. Ambos faziam de tudo que estivesse ao alcance por Alice.
Alice foi crescendo e se tornando um bebê bem sapeca. Aos seis meses Elisa levou Alice para tomar vacina BCG, como uma mãe que zelava pela saúde de sua linda filha. Após tomar a vacina transcorreu tudo bem, mas ao chegar a casa Alice começou a vomitar e ter diarreia. Senhora Elisa, muito nova, sendo mãe de primeira viagem, achou a princípio que fosse algum efeito colateral da vacina, mas o vômito e a diarreia continuaram.
Logo que seu pai chegou em casa, levaram Alice para o hospital, o médico logo que examinou a criança, medicou-a e pediu que a colocassem no soro, dando alta em seguida. Infelizmente Alice continuou passando mal a noite toda com os mesmos sintomas e o mais agravante era que estava ficando muito fraca.
Pela manhã Elisa pediu a sua mãe Leonor para que fossem novamente ao hospital levar Alice. Assim que chegou, o médico que atendeu na noite anterior notou que não era algo simples e solicitou que Alice fosse internada, foi neste exato momento que começou o pesadelo da família.
Cada dia que Alice passava no hospital seu quadro piorava. Passou uma semana e a única coisa que sorvia era água que sua mãe a dava embebida em um algodão. O soro não fazia efeito, foram feitos exames e os médicos não encontravam nenhum remédio capaz de aliviar o sofrimento de Alice.
Quinze dias se passaram e nada. Todos revezavam – seus pais, avós, tios – para que Alice não ficasse sozinha. Sua mãe só chorava. Seu pai precisava trabalhar, e mesmo assim, todo momento que podia ia até o hospital ver sua linda menina. Os médicos já não sabiam o que fazer; já não davam nenhuma esperança. Alice foi ficando cada vez mais pálida, parecendo um anjo de cera. Todos empenhados a não abandonarem a única coisa que parecia restar: a FÉ.
Sua avó até promessa fez de vesti-la de anjo uma vez por ano até que ela completasse seis anos. Sua mãe, desconsolada, só pedia a misericórdia de Deus para com sua filha. Quase vinte dias ali estava um bebê que nem força mais para abrir os olhos tinha. Seus pais já nem forças tinham de tanto chorar.
O médico chamou seu pai uma noite e disse: ‘Senhor Rafael, infelizmente não estamos conseguindo fazer mais nada por sua filha, precisas chamar sua esposa, pois acredito que Alice não aguentará até amanhã. É melhor reunir a família para que possam se despedir’. Naquele momento o senhor Rafael sentiu o chão sair dos pés, chorou por longo tempo, pediu forças a Deus para poder falar com sua esposa.
Caminhou-se até ela e disse:
- Elisa, infelizmente nosso anjo não vai aguentar até amanhã, o doutor disse.
- Como assim, Rafael? Alice vai nos deixar? Não, não, não pode!
- Precisamos ter força, Elisa. Ele disse que já fizeram de tudo, nosso anjo não tem mais força para viver neste mundo.
- Eu não posso aceitar, não vou aguentar, quero ver minha filha, me deixa.
O senhor Rafael e a senhora Elisa foram até o quarto e ali choraram longamente. Horas se passaram e a família foi chegando. Muito choro e assim foi transcorrendo o tempo.
O senhor Rafael trabalhava em uma farmácia e pensou em um remédio que muitas pessoas tomavam para diarreia, queria poder tentar fazer algo, foi quando resolveu falar com uma enfermeira:
- Por favor, eu quero que vocês me autorizem a dar um remédio a minha filha, um remédio que conheço na farmácia onde trabalho.
- Senhor Rafael, o que teria que ser feito, já foi feito.
- Mas eu preciso fazer isso, a senhora não entende?
- Vou conversar com o médico e vamos ver o que ele decide – e se afasta.
Os poucos minutos de espera pareceram horas de angústias.
- Senhor Rafael, conversei com o médico, ele conhece o remédio e não acredita que poderá fazer alguma coisa por sua filha. Remédios mais eficazes foram tomados por Alice através do soro e não deram resultado algum. Caso queira medicar sua filha, terá que assinar um termo de responsabilidade. Imagina o que pode acontecer com o senhor?
- Sim, eu sei e me responsabilizo.
Assim, este pai com muita fé trouxe o remédio, sabendo que se caso sua filha morresse seria sua responsabilidade, mesmo os médicos dizendo que podiam se despedir de Alice.
A noite transcorreu como se o mundo fosse acabar para os pais de Alice, acredito que deve ser isso mesmo o sentimento de pais que perdem filhos.
Alice infelizmente não mostrou reação alguma, foi então que seus pais com grande dor puseram-se a chorar e deitados um de cada lado do berço do hospital tocavam seu anjo. De repente o senhor Rafael sentiu um leve aperto no seu dedo, era a mãozinha de Alice, seus olhinhos se abriram, ali o senhor Rafael e a senhora Elisa viram o milagre acontecer.
Alice já no outro dia começou a se alimentar, ficou mais alguns dias internada para poder ter condições físicas para voltar a sua casa.
Vestiu-se de anjo durante os seis anos, se tornou uma linda menina, cheia de vida, sapeca como ela só. Cresceu e se tornou uma linda mulher: inteligente, honesta, humilde, com muitos princípios que seus pais lhe passaram.
Caro leitor, está história é baseada numa realidade e essa MENINA ANJO faz parte da minha vida: ela é minha grande e melhor amiga-irmã.
Agradeço primeiramente a Deus que a curou milagrosamente; depois agradeço a meu pai que teve fé, ouviu a voz de Deus e obedeceu; agradeço a minha mãe pelo seu imenso amor, e por fim agradeço a todos da minha família que suplicaram em oração a Deus por ALICE.


09/06/2014 - Edmary 

LAMENTÁVEL

Hoje me pego a pensar e refletir como certas pessoas importantes em nossas vidas podem mudar com o passar do tempo, aquelas que um dia compartilharam uma grande amizade, de repente algo muda na vida dessas pessoas: mudança de cargo, situação social, religiosidade, etc.
Isso me foge à compreensão humana. Acho que Cazuza quando fez a música “A BURGUESIA FEDE”, expressou exatamente o que hoje estou sentindo: penso também que “A HIPOCRISIA FEDE”. Amizades que se findam. Às vezes se escuta uma resposta: ‘Eu não mudei, só está me faltando tempo       ‘.
Infelizmente não é verdade. Quando o poder sobe à cabeça, esquecem-se os valores que antes eram importantes. Penso que um dos maiores é ter amigos.
Mais um trecho de uma música de Milton Nascimento: “AMIGO É COISA PRA SE GUARDAR DO LADO ESQUERDO DO PEITO, MESMO QUE O TEMPO E A DISTÂNCIA, DIGAM NÃO...”, que me faz muito bem ouvir, sentindo falta de alguns amigos que hoje se encontram distantes, mas que um dia pude compartilhar com muito carinho essa preciosidade e que guardo em meu coração, em uma caixinha que sempre que posso abro, relembro, sorrio e revivo momentos de alegria.
Já parei até para pensar: será que quando vemos mudanças nas pessoas, estas mesmas não estão vendo em nós? Onde se cria um profundo equívoco: amizades que se vão sem ao menos haver um diálogo! Recomeçar seria muito bom.
Enfim, amigo faz falta, principalmente aqueles que um dia depositamos nossa confiança ou até aquelas que depositaram em nós a mesma confiança.
Finalizando a minha reflexão: agradeço a Deus por todos os amigos que tenho, que pude ter e que ainda terei em minha vida, que faça de mim uma boa amiga. Se estiver algo que precisa ser arrumado, que Ele arrume. Se um dia algo em minha vida mudar, que Ele jamais permita que eu esqueça os verdadeiros valores.

03/06/2014 - Edmary

DESTINOS QUE SE ENCONTRAM

          Uma semana comum, sem nada de interessante, aliás, há muito não vivia algo interessante, sempre caseira. Elena estava tentando recomeçar sua vida, de forma diferente: sair com amigos, dançar, fazer academia, algo que lhe desse prazer, já que há pouco tempo tinha saído de um relacionamento conturbado, infeliz, estava decidida a não conhecer ninguém tão cedo, exceto fazer amizades.
Em uma noite começou a olhar um site de relacionamento, o FB. Através de seus amigos sempre recebia convite para novos amigos e foi então que viu o nome de um rapaz: Júlio. Resolveu ver a sua linha do tempo e aceitar o convite dele. Ele estava on-line e logo começaram uma amizade, trocaram ideias, gostos, lugares que conheciam, enfim, era o que mais Elena precisava: conversar com alguém simpático, que gostava do mesmo que ela. Papear.
O que notou também é que Júlio não queria também ter nenhum relacionamento tão cedo que, por coincidência, saíra também de um relacionamento desgastante. Foram conversando e Júlio propôs que se conhecessem. Elena, meio cismada, apesar da curiosidade, recusou-se, mas de cara percebeu que Júlio era um homem que sabia o que queria, passava segurança. Números de telefones trocados, então decidiram depois de um tempo a se encontrarem onde ela morava.
Pessoalmente Elena teve uma ótima impressão de Júlio, puderam trocar mais ideias, conversaram muito, percebeu que Júlio também gostara dela, assim começava uma nova etapa na vida dos dois.
Ele continuou a visitá-la, começaram a trocar beijos, abraços, assim nasceu um namoro muito gostoso, Elena sentia saudade de Júlio, este por sua vez todos os dias queria vê-la, nem que fosse pela câmera. O tempo foi passando, amizade que virou paixão, paixão que foi virando amor, amor que não parou de crescer.
De vez em quando, como tudo na vida não é perfeito, tinha alguma briguinha, mas nada que o amor não superasse. O tempo foi passando e chegou uma hora em que Júlio propôs que morassem juntos. Como já escrevi no começo, nenhum dos dois queriam se relacionar, mas já estavam em um momento tão maduro do relacionamento que o amor falou mais alto.
Pelo que sei, foram morar juntos. O tempo passou e não tive mais contato direto com os dois, mas creio que pelo amor que pude ver de perto, pelo companheirismo, pela harmonia, pela amizade, devem estar muito felizes, pois eles merecem.

29/05/2014 - Edmary